Pouca gente conhece o nome de Elisiário Antônio da Cunha Bahiana, um carioca nascido em 1891 e que, anos depois, mudaria o cenário da cidade de São Paulo. O futuro arquiteto começou sua trajetória em 1908, quando ingressou na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), no Rio de Janeiro, onde seu pai e tipo, Henrique Oscar Cunha Bahiana e Gastão Bahiana, já lecionavam há anos.Contudo, em 1911, ele se vê obrigado a interromper os estudos e começa a trabalhar com o seu primo, um oficial da Marinha chamado Elisiário Pereira Pinto. Sua dedicação deu certo e, em 1912, acaba contratado pela Diretoria de Obras Hidráulicas e Construção Civil do Arsenal da Marinha, onde ficaria até 1916, quando recebe a honra de ser o desenhista da Estrada de Ferro Itapura-Corumbá.

Pouco depois, em 1918, Elisiário retoma os estudos na ENBA e se forma como o melhor aluno de sua turma, em 1920, quando recebe a Grande Medalha de Prata. Entre os anos de 1920 e 1927, seu trabalho é todo focado no Rio de Janeiro com os famosos arquitetos Enoch da Rocha Lima, Mário dos Santos Maia e Joseph Gire. É dessa época, inclusive, um de seus grandes trabalhos, a a sede do jornal A Noite, 1927/1930. Considerado um dos edifícios em concreto armado mais alto da América Latina durante a década de 1930 – com 24 andares e 102,5 metros

A Chegada À São Paulo E Os Grandes Projetos

No ano de 1930, Elisiário se transfere definitivamente para São Paulo, com a Sociedade Comercial e Construtora Ltda. Ele fica com essa empresa até 1942, quando busca a carreira solo até se associar com a Construtora Francisco W. de Santoro, onde fica até sua aposentadoria.

Elisiário foi um dos grandes responsáveis pela construção de obras como o Viaduto do Chá (1934-1938) , os edifícios Saldanha Marinho (1929-1931), João Brícola (1936-1939) e Jóquei Club de São Paulo (1935/1941).

O Viaduto do Chá em 1938
O Viaduto do Chá em 1938

Sua produção é caracterizada como art déco e ajudou a impulsionar a arquitetura moderna no país através de novas tecnologias, como o concreto armado, e através de uma nova linha de desenho geométrica que revolucionou os trabalhos da época.

Em 1943, ele começa sua carreira docente na Escola de Engenharia que, anos depois, viraria a Faculdade de Arquitetura do Mackenzie, onde dá aulas de prática profissional e paisagismo até 1970. Elisiário também foi professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP nos anos 50.

Foi membro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Crea, como representante das escolas de engenharia (1946 a 1949) e das faculdades de arquitetura (1952 a 1954). Suas obras fazem parte do acervo de projeto da biblioteca da FAU/USP.

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