Um passeio diferente: a visita ao Museu Penitenciário Paulista

O Parque da Juventude, localizado onde estava a antiga Penitenciária do Carandiru, é um marco para a cidade de São Paulo e, afirmo isso, por diversas razões. A primeira e mais clara é a de ter transformado um espaço prisional em um aparelho para a população. E esse aparelho é bastante amplo, limpo e com instalações que conseguem entreter os moradores de SP. Quadras, espaços para pets, aparelhos de musculação, além de espaço para correr/andar de bike são marcas registradas do local.

O segundo motivo e, bem menos conhecido, fica por conta de um pequeno museu que fica à direita do parque. O Museu Penitenciário Paulista é um passeio diferente que eu, Abrahão, recomendo a todos. Em primeiro lugar, para visitar o local, recomendo que deixe todo e qualquer preconceito que exista com relação ao tema. A ideia do local não é a de defender ninguém ou qualquer coisa do tipo. A essência do museu é a de resgatar a história penitenciária do país e com várias informações sobre o sistema penitenciário paulista.

Quadro pintado por um detento. Não havia menção ao autor ou a data.

O espaço, pequeno e simples, é muito bem organizado e limpo. Ali podemos ver peças explicativas que falam de vários temas: de teorias sobre como surgem os criminosos a peças e equipamentos feitos pelos presos do Carandiru para fazer tatuagens e o aguardente “Maria Louca”. Há, também, pinturas e desenhos que foram feitos pelos detentos em décadas passadas. Existem quadros expostos que foram pintados na década de 30, época em que os presidiários tinham acesso a aulas de desenho, pintura e outros temas para saírem preparados para serem socializados. Alguns vídeos antigos do Carandiru mostram isso, com detentos usando uniformes listrados e em sala de aula.

O museu também oferece peças que fizeram parte da rotina do Carandiru: tênis com solas falsas, as “moedas de troca da prisão” (jogos de carta, escovas de dente, etc) e, até mesmo, fichas criminais dos mais famosos presos que passaram por ali, como o Bandido da Luz Vermelha e Monteiro Lobato. Como eu disse no começo do texto: a ideia não é fazer uma ode aos presidiários ou algo do tipo, mas conhecer a história penitenciária do país e ver suas curiosidades.

O local fica aberto das 9h às 16h de segunda à sexta e fica localizado na Av. Zaki Narchi, 1207. Visitem e nos conte sua experiência!

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