Um dos pontos favoritos dos fotógrafos que circulam pelo Parque do Ibirapuera fica por conta da famosa ponte metálica, que passa sobre o Córrego do Sapateiro e desagua no gigantesco lago do parque. Entretanto, poucas pessoas sabem que essa estrutura, que também é chamada de ponte japonesa, em alusão à sua curvatura que lembra as pontes do país oriental, era, na verdade, a base de um pavilhão que ficava suspenso sobre o lago.

Essa estrutura foi entregue à população em 1954, ano do IV Centenário da cidade e de inauguração do parque. O pavilhão foi encomendado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) junto ao arquiteto Sérgio Bernardes, um dos mais importantes arquitetos da segunda geração de modernistas do nosso país. A ideia era a de conceber um edifício que fosse capaz de exaltar as propriedades e possibilidades do aço na construção civil e, ao mesmo tempo, que fosse uma vitrine para os produtos da Companhia. Diante desse desafio, Bernardes idealizou uma estrutura temporária que, por sua natureza versátil, poderia ser desmontado e remontado em qualquer lugar.

Especialistas diziam que ele mesmo era uma exposição dos benefícios do que o aço poderia criar e desenvolver. O edifício era erguido sobre quatro arcos que formavam duas pontes. Essas pontes eram as passarelas de acesso ao pavilhão e as suas respectivas exposições internas. E, além disso, a união das estruturas do pavilhão era composta por chapas de aço que, em suas extremidades, permitia a ligação com outra peça através de parafusos e porcas. Como citado, tudo foi pensado para mostrar a qualidade do aço e suas variáveis.

O teto do pavilhão foi desenhado em forma de arco positivo, com abertura para o céu e estabelecia uma simetria com os arcos inferiores. Em dias de chuva a estrutura originava duas cascatas que desaguavam no lago. Com o término das comemorações dos quatrocentos anos da cidade, o edifício de aço foi desmontado, mas dois arcos estruturais com sua passarela foram conservados no local.  O pavilhão tinha sido apropriado pelo público como uma ponte entre as duas partes do parque separadas pelo córrego e pelo lago.

Referências: https://parqueibirapuera.org/interessante-historia-da-ponte-metalica-do-parque-ibirapuera/#

http://www.seminario2016.docomomo.org.br/artigos_apresentacao/sessao%2014/DOCO_PE_S14_VANDERLEI.pdf

4 Comments

  1. Boa tarde:

    Gostei da idéia, faço aquí uma sugestão: porque não implantar um sistema de comunicação entre os municípes desta cidade nos moldes do antigo “São Paulo Minha Cidade” que era publicado pela SPTuris?
    Atenciosamente.

  2. Estive no Ibirapuera em 1954, quando tinha 10 anos e de tudo quanto vi, já que morando ao lado em São Bernardo do Campo, então uma verdadeira “villa” como carinhosamente era chamada, tudo foi uma grade novidade. O Tempo passou, hoje São Paulo completando 465 anos me faz pensar se ainda terei tempo para ler o terceiro volume que está sendo escrito pelo grande Roberto Pompeu de Toledo, após os dois primeiros: “São Paulo, Capital da Solidão”, que focalizou São Paulo de 1500 e 1899, e “São Paulo, Capital da Vertigem”, que a focalizou de 1900 a 1954, que a todos amigos recomendo, especialmente a paulistas e a paulistanos como eu, em face do que aproveito para sugerir a quem conheça esse admirável Roberto Pompeu de Toledo, se já não está em condições de liberar o terceiro livro de sua trilogia focalizando São Paulo de 1955 até os dias atuais, esperando e pedindo que de alguma forma essa mensagem chegue até ele. Obrigado.

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