Um dos acessórios mais famosos que fez parte do visual dos jovens dos anos 60 foi o icônico “anel brucutu”. Entretanto, a popularização desse anel trouxe um problema para os proprietários de fuscas.
Ah…e a história fica ainda mais legal por ter relação com a bossa-nova e o rei Roberto Carlos!
Confuso, né? Mas vamos à história (ou o que se sabe dela). 

O que se sabe, com certeza, é que a peça que compõe o anel era um revestimento do bico do lavador do para-brisa dos Fuscas da época. Os mecânicos, ao invés de brucutu chamavam essa peça de cabeça de peixe.

Os tipos de brucutu

Segundo um vídeo feito pela EBC, várias pessoas dão o depoimento de que, a Jovem Guarda foi a grande fonte inspiradora para que a moda pegasse, até porque, na época, Roberto e o Erasmo Carlos lançaram uma música intitulada “Olha o Brucutu”.

A dinâmica para ter um anel desse era a de roubar o adereço cromado (e as vezes danificar o lavador do para-brisa do Fusca) e fazer os engates para compor a peça. E a “onda” acontecia, principalmente, após a escola e “só valia” se a peça fosse roubada.

Um exemplo clássico do brucutu

Obviamente que, pela moda e pela aventura de “furtar” essa pequena peça, muitos donos de fusca acabaram com seus veículos danificados à época. Danificados e sem a bonita peça brilhante que fazia parte da composição do veículo.

Chegou a existir um movimento da polícia para que, quem fosse visto com anel brucutu ou com ele no pescoço, como um colar, seria interrogado sobre a procedência do adereço. Mas, tanto pelo trabalho quanto pela ineficiência da técnica aplicada, o processo não durou muito.

Em um artigo da Tribuna do Paraná, o colunista deu um curioso ponto de vista sobre a moda que, claro, queria dividir com vocês:

A moda (do Brucutu) não durou muito por vários motivos. O primeiro é chegou um momento em que não tinha mais Fusca com a peça cromada: todas foram furtadas e os donos não a repuseram pelo elementar motivo de que ela seria novamente furtada.

O segundo foi que alguns artesãos espertos percebendo um promissor nicho comercial, passaram a encomendar tal acessório às fábricas em São Paulo e começaram a fabricar os tais anéis. E a vendê-los a preços módicos em qualquer bazar.

Com isso, a componente rebeldia da onda jovem, que era o furto, ficou comprometida. Não fazia sentido danificar o carro de alguém, correndo o risco de ser flagrado e levar um puxão de orelha ou um tabefe, se podia comprar Brucutu com anel e tudo por uma mixaria.

(…)

E Brucutu voltou novamente a ser o nome de um personagem de história em quadrinhos, um sujeito meio nervoso, ingênuo, mas até bacana, que tinha uma namorada chamada Ooola e morava num lugar chamado Moo. Parodiando Roberto Carlos.”.

Vale uma menção honrosa de que, na época, havia um personagem de histórias em quadrinhos que também era chamado de Brucutu. Não sei se ele tem alguma relação com o anel apesar de, eu achar que não.

E aí, você teve o Brucutu?

Referência: https://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/galeria/videos/2013/03/voce-ja-ouviu-falar-do-anel-brucutu
https://www.tribunapr.com.br/blogs/pelas-ruas-da-cidade/no-tempo-em-que-a-mocada-furtava-brucutu/

2 Comments

  1. Naquele período em áreas afastadas do centro de São Paulo, existiam uma espécie de vagalume cujo brilho verde era na cabeça, como se fossem olhos verdes ou faróis e eram chamados “brucutu”. O inseto tinha a semelhança desta peça usada no Fusca.

    Ao menos aqui na minha região chamávamos este anel de brucutu por este motivo.

    Os anéis fabricados a que se refere a matéria tinha strass coloridos na parte onde brilhava a luz do vagalume brucutu ou na parte onde saiam os jatos de água na peça do Fusca.

    Está é uma versão regional como eu disse, era o que eu ouvia naquele período, eu tinha uns 8 ou 10 anos.

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