Por volta de 2013, um artigo escrito pelo engenheiro Manoel Henrique Campos Botelho fez um estrondoso sucesso nas redes sociais e na internet, de maneira geral. Muitos portais replicaram o mesmo texto, mas não foram atrás da fonte original. O artigo em questão, publicado na revista Brasil Engenharia número 614 é brilhantemente escrito por Manoel Henrique Campos Botelho.

Aproveito para, também, compartilhar uma linda matéria feita pelo Antena Paulista sobre essa temática. É a primeira vez que um veículo desse porte leva a história para todo o estado. E tenho orgulho de, além de escrever na SP In Foco, ter ajudado a produzir essa matéria para todos vocês. Divirtam-se com a matéria: https://globoplay.globo.com/v/8440998/

Reproduzo, também, o artigo do engenheiro abaixo com alguns acréscimos de imagens:

Pode algo quebrado valer mais que a peça inteira? Aparentemente não. Pela primeira vez na história da humanidade contamos esse mistério. Foi entre as décadas de 40 e 50 do século passado. Voltemos a esse tempo. A cidade de São Paulo era servida por duas indústrias cerâmicas principais.

Um dos produtos dessas cerâmicas era um tipo de lajota cerâmica quadrada (algo como 20×20 cm) composta por quatro quadrados iguais. Essas lajotas eram produzidas nas cores vermelha (a mais comum e mais barata), amarela e preta.

Era usada para piso de residências de classe média ou comércio. No processo industrial da época, sem maiores preocupações com qualidade, aconteciam muitas quebras e esse material quebrado sem interesse econômico era juntado e enterrado em grandes buracos.

Nessa época os chamados lotes operários na Grande São Paulo ou eram de 10×30 m ou, no mínimo, 8×25 m; ou seja, eram lotes com área para jardim e quintal – jardins e quintais revestidos até então com cimentado, com sua monótona cor cinza. Mas os operários não tinham dinheiro para comprar lajotas cerâmicas, que eles mesmos produziam, e com isso cimentar era a regra.

Um dia, um dos empregados de uma das cerâmicas e que estava terminando sua casa, não tinha dinheiro para comprar o cimento para cimentar todo o seu terreno e lembrou-se do refugo da fábrica – caminhões e caminhões por dia que levavam esse refugo para ser enterrado num terreno abandonado perto da fábrica. O empregado pediu que ele pudesse recolher parte do refugo e usar na pavimentação do terreno de sua nova casa.

Claro que a cerâmica topou na hora e ainda deu o transporte de graça, pois com o uso do refugo deixava de gastar dinheiro com a disposição. Agora a história começa a mudar por uma coisa linda que se chama arte.

A maior parte do refugo recebida pelo empregado era de cacos cerâmicos vermelhos, mas havia cacos amarelos e pretos também. O operário ao assentar os cacos cerâmicos fez inserir aqui e ali cacos pretos e amarelos quebrando a monotonia do vermelho contínuo.

É… a entrada da casa do simples operário ficou bonitinha e gerou comentários dos vizinhos também trabalhadores da fábrica. Aí o assunto pegou fogo e todos começaram a pedir caquinhos, o que a cerâmica adorou, pois parte – pequena é verdade – do seu refugo começou a ter uso e sua disposição ser menos onerosa.

Mas o belo é contagiante e a solução começou a virar moda em geral e até jornais noticiavam a nova mania paulistana. A classe média adotou a solução do caquinho cerâmico vermelho com inclusões pretas e amarelas. Como a procura começou a crescer, a diretoria comercial de uma das cerâmicas, descobriu ali uma fonte de renda e passou a vender, a preços módicos é claro, pois refugo é refugo, os cacos cerâmicos.

O preço do metro quadrado do caquinho cerâmico era da ordem de 30% do caco íntegro (caco de boa família). Até aqui esta historieta é racional e lógica, pois refugo é refugo e material principal é material principal. Mas não contaram isso para os paulistanos e a onda do caquinho cerâmico cresceu e cresceu e cresceu e – acredite quem quiser – começou a faltar caquinho cerâmico que começou a ser tão valioso como a peça íntegra e impoluta.

Ah, o mercado com suas leis ilógicas, mas implacáveis… Aconteceu o inacreditável. Na falta de caco as peças inteiras começaram a ser quebradas pela própria cerâmica. E é claro que os caquinhos subiram de preço, ou seja, o metro quadrado do refugo era mais caro que o metro quadrado da peça inteira.

A desculpa para o irracional (!) era o custo industrial da operação de quebra, embora ninguém tenha descontado desse custo a perda industrial que gerara o problema, ou melhor, que gerara a febre do caquinho cerâmico.

De um produto economicamente negativo passou a um produto sem valor comercial, depois a um produto com algum valor comercial, até ao refugo valer mais que o produto original de boa família.

A história termina nos anos 1960 com o surgimento dos prédios em condomínio e a classe média que usava esse caquinho foi para esses prédios e a classe mais simples ou passou a ter lotes menores (4×15 m) ou foi morar em favelas.

A solução do caquinho deixou de ser uma solução altamente valorizada. São histórias da vida que precisam ser contadas para no mínimo se dizer: – A arte cria o belo, e o marketing tenta explicar o mistério da peça quebrada valer mais que a peça inteira…

Nota: um filósofo da construção civil confessou-me: – Existe outro produto que quebrado vale mais que a peça inteira por quilo. É a areia que vem da quebra da pedra. A areia fina é vendida mais cara que a areia grossa.

MANOEL HENRIQUE CAMPOS BOTELHO – é engenheiro consultor, escritor e professor

Uma menção necessária

Após muitos comentários e conversas com colegas que entendem muito mais de arte do que eu, resolvi acrescentar um intertítulo para corrigir um erro de anos do meu site.

Claro que, para citar os caquinhos aqui de São Paulo, é legal e importante falar de um arquiteto catalão que fez história por usar esse tipo de material. Estamos falando de Antoni Gaudí (1852-1926).

Conta sua história, que ele pedia para que os operários que trabalhavam na obra do Parque Güell, em Barcelona, que recolhessem pelo caminho cacos de cerâmica e objetos descartados pela população que tivessem alguma utilidade em seu trabalho.

Foi com esses restos da sociedade catalã que ele inventou uma técnica conhecida como trencadís (do catalão trencat, que signifca quebrado, por usar cacos). Ela marcou definitivamente o modernismo catalão, movimento que, entre 1880 e 1930, renovou a arquitetura, o design, a pintura e a escultura.

Teria sido Gaudí uma inspiração aos operários que criaram nossos pisos de caquinhos? Acho bastante improvável, mas fica esse mistério no ar para todos nós!

Referência: http://www.brasilengenharia.com/portal/images/stories/revistas/edicao614/614_cronica.pdf

92 Comments

    1. Morei em uma casa em Araraquara que até hj tem a varanda com cacos vermelhos. E os cacos amarelo e pretos formam desenhos de animais. Pássaro, cobra, tartaruga. Muito interessante.

    2. Minha casa tem o quintal todinho com esse piso.Agora vou ter que trocar pq tem ” remendos” e os cacos de, hoje em dia, não tem a mesma qualidade e a cor fica diferente. Minha casa tem o terreno 10×30 então, o quintal é grande. Mas, vamos deixar alguns lugares com os cacos, antigos. Vamos fazer outra obra de arte!!!

    3. Tem algo errado nessa história, naquele tempo não eram lajotas, essas surgiram nos anos 80 e eram aplicadas com juntas largas. As cerâmicas que viraram caquinho eram pisos cerâmicos de 7,5 x15 ou sextavados de aproximadamente 10cm de diâmetro, e as cores eram preta ou vermelha (predominante). Também na década de 70 existia um tom branco de 7,5 x 15 que eu nunca vi aplicado em cacos. Paulo-São Paulo-SP

  1. No Artigo não falam o nome da empresa( aparece apenas no anúncio de época), que era a Cêramica São Caetano, mais conhecida como a “fábrica do Matarazzo”.
    Dela saíram as mais lindas e perfeitas louças e porcelanas brasileiras. Exportadas até para a Inglaterra e – Pasme!! – China!
    O valor da porcelana Matarazzo na Europa chegou a equivaler com as mais finas porcelanas inglesas.

      1. Eu trabalhei para a cerâmica são Caetano e tinha muito orgulho de saber que eles foram os pioneiros em fabricar cerâmica no Brasil. Inclusive o piso do palácio em Brasília era feito com essa cerâmica vermelha da são caetano

    1. A Cerâmica São Caetano nunca foi da família Matarazzo! Seu fundador e proprietário foi Dr. ROBERTO SIMONSEN, um dos poucos brasileiros que enobrece a categoria dos empresários brasileiro: Além dessa, tinha dezenas de outras empresas ligadas à construção civil, como a SOTEMA-Sociedade Técnica de Máquinas e a SOFUNGE-Sociedade de Fundição Greal: todas capitaneadas pela CCS-Companhia Construtora de Santos.

      1. Ao nobre colega Luiz, gostaria de lhe corrigir em tempo a sua observação, a Cerâmica Matarazzo fundada no bairro da Fundação em SCS nunca foi da familia Simonsen, aliás nem sei a familia tinha alguma coisa em SCS, a Cerâmica certamente pertenceu a familia a qual lhe deu o nome, os Matarazzo, até por conta de varios artigos faceis de encontrar o Google que provam a ptopriedade e mesmo por uma experiência pessoal minha, meu tio Ivanildo Soares de Souza foi o segundo funcionário com maior tempo de casa na cerâmica, trabalhou por lá simplesmente por 50 anos, sendo superaro somente por um colega que não me lembro o nome agora com 52 anos de trabalhos dedicados à Cerâmica, e no fim da vida quando meu tio ficou muito doente, a senhora Maria Pia Matarazzo custeou todos os procedimentos médicos, as internações, o velorio e o sepultamento dele e se fez presente em todos os momentos, esteve no velorio, no enterro e ainda acompanhou minha tia após a morte do meu tio por um bom tempo, logo não faz sentido nenhum meu tio ser assistido pela familia Matarazzo se a empresa a qual meu tio dedicou meio século servindo não fossem os proprietários, inclusove vale lembrar que a casa que ele morava com a minha tia e existe até hoje no bairro da fundação, foi vendida pelos Matarazzo pra eçes, a escritura é assinada pelos Matarazzo como prova disto, vale ressaltar que nem mesmo no corpo diretivo da cerâmica os Simonsen faziam parte, o diretor principal era o famoso Engenheiro Armando Arruda Perreira, logo suas fontes estão muito mal informadas.
        Mas vale uma consulta aos sites que contam a história correta, são os mais variados possiveis.

        1. gente…existiu a Cerâmica São Caetano, que ficava onde hoje é o shopping São Caetano no bairro Cerâmica e também a Cerâmica Matarazzo no bairro Fundação.

        2. Intrigado com sua resposta pesquisei um pouco e pude constatar que existiram tanto a Cerâmica São Caetano, da família Simonsen, como a Cerâmica Matarazzo, logicamente dos Matarazzo.

        3. Legal essa historia 15 anos quando trabalhei na cerâmica São Caetano. Nessa época morava em Mauá na grande São Paulo. Foi bom relembrar

        4. Fantástica dissertação. Realmente vou em apoio a suas informações. Morei a 100 do final da Rua Ibitirama mais exatamente número 2003 muitos anos residi nesta casa de meus falecidos avós, Sebastião e Pereira e Da Benedicta Pereira O despertador era justamente os horários de trabalho e intervalos da Cerâmica São Caetano a famosa CIRENE. Possivelmente localisada na Chaminé de Tijolinhos. Inclusive e verossímil a informação e suas respectivas medidas, que era cedidos aos empregados da Cerâmica e também fundição Matarazzo.

      2. Cerâmica S.Caetano é uma coisa…Cerâmica Matarazzo é outra.
        A S.Caetano era no bairro Cerâmica onde hoje é o shopping. A Matarazzo era no Bairro Fundação. A S.Caetano era do Simonsen e a Matarazzo da família Matarazzo. Trabalhei 3 meses na Matarazzo e 24 anos na S.Caetano..

  2. Pois é!
    e se isso fosse em outro país, seria patenteado, viraria patrimônio histórico, eu até estaria fazendo artesanato com cacos vermelhos e tudo o mais…
    Camisetas com estampas de cacos vermelhos/pretos/amarelos
    Visitas ao MCV – Museu o Caco Vermelho
    Ravioli com massa vermelha , amarela e preta, em formatos diversos, com recheio de pastel de feira, inspirado nos cacos paulistas e em nossas iguarias locais…

  3. Aqui em casa, os caquinhos seguem até hoje nas escadas. Exatamente como na foto, os vermelhos, com alguns pretos e amarelos.

  4. Aqui em minha Mogi Guaçu / Estiva Gerbi, tinha a cerâmicas que alimentavam a capital paulista são elas: Cerâmica São José Fundada em 1952 produzia ladrilhos cerâmicos para piso e situava-se entre as maiores do ramo no país, contribuindo com 10% de toda produção nacional. Chiarelli, Cerâmica Mogi Guaçu 1948, Ypê oi fundada em 1961, Guainco, Cerâmica Martini funcação1908, e Gerbi 1936. Todas vendiam este tipo de produtos. Fecharam as portas após a liberação de porcaria chinesa para o nosso pais pelo governo petista.

    1. Infelizmente nesse caso o que quebrou as indústrias foi a falta de modernidade no processo produtivo,e não a indústria chinesa, um absurdo reclamar de abertura de mercado, sem ela estaríamos até hoje andando em carroças,e usando computadores obsoletos

      1. produto chinês no Brasil só apareceu MUITO APÓS a praticamente extinção do produto em pauta.
        A CHINA hoje abastece muito o PORCELANATO,com vários “truques” para escaparem dos impostos.
        Mandam produtos sem embalagens,semi-acabados,etc.

    2. Na casa onde morávamos, no bairro da Casa Verde (São Paulo, capital), também tinha essa arte na entrada. Nossa casa foi demolida, hoje é uma agência bancária. Gostaria muito de ter uma foto da casa antes da demolição, mas na época, ter máquina fotográfica era um luxo pra pouca gente. Se alguém tiver foto do seguinte endereço …Rua Dr. Cesar Castiglione Jr, 99 (hoje uma agência bancária).

      1. Em que período e que década a a Sra foi vizinha da Cerâmica no Bairro Fundação? A Sra lembra se qual era o ritual qdo era 13.00, religiosamente Fins de Semana e Feriados?

  5. Muito bem lembrado.
    Esse acabamento fez parte do acabamento das casas da época.
    Lembro que na casa de meus pais o quintal tbm era com esses caquinhos e rejuntados com cimento.
    A qualidade da cerâmica atravessou décadas e até hoje onde ainda existem casas onde o piso continua o mesmo, estão perfeitos e muito bonitos.

  6. Parabéns ao texto. O bom que a arte atravessa o tempo, nas casas, nas paredes. E dão um colorido histórico que começou com um simples trabalhador . Elenfoi iluminado por Deus e pelos
    brilhantes artistass Renoir, Van Gogh e, que talvez nunca ouvira, vira uma obra.
    Não importa. O trabalhador mostrou seu espírito criativo.
    Pena que os olhos avarentos de alguns empresários roubaram dos humildes trabalhadores o direito de ter o orgulho de uma casa com caquinhos do lixão. E até tempo atrás tornaram- se pastilhas que usavam nas fachadas dos edifícios.
    Lourdes Souza Pires.
    Rio de Janeiro/ Flamengo.

  7. Sem contar que os profissionais de colocação de piso passaram a cobrar mais caro, a colocação de caquinhos do que da cerâmica inteira! Super valorizado

  8. Em minha cidade existe uma faculdade, antigamente era um internato para crianças, o piso do prédio mais antigo é desses caquinhos. É lindo!

    1. Bela história… que na verdade remete a um passado muito distante… 4mil anos A.C. talvez… os caquinhos são uma das mais antigas e mais bela manifestação de arte já encontrada pela humanidade… “O Mosaico”…. Esses lindos cacos unidos, são nada mais, nada menos, que um belo Mosaico…..que vem de muito longe e cresce a cada dia combina riqueza imensurável! Quebrando e reconstruindo…assim é a história de vossas vida… Um Lindo Mosaico… Parabéns! Viva a Arte! Viva os caquinhos e a história em que ele termina!

      1. Está estória me faz lembrar do meu tio Marcos de Arruda Pereira casado com minha tia Lucy Murray que por muitos anos trabalhou nas Ceramicas São Caetano em Sao Paulo. Era primo de Armando de Arruda Pereira e ambos moravam próximos na rua da Consolação em Sao Paulo.

  9. Meu pai tinha cerâmica em Sorocaba, eu brincava de quebrar as peças. Adorava, tempos muito bons. A minha casa ainda tem cacos no quintal e na entrada da casa.

  10. Minha casa em Mococa.SP tinha esse piso, na copa embaixo da nossa mesa tinha uma figura que parecia um urubu (caquinhos pretos) que minha mãe achava feio e de mau agouro. Me lembrei disso agora ao saber a história desse material, que interessante…uma ironia mesmo, o refugo se tornar mais caro que o próprio produto!

  11. Maravilhosa essa história! A casa dos meus avós nas Perdizes, SP tbm havia esses caquinhos mas eram todos vermelhos. Boas lembranças dessa época

    Ana Paula Veiga – SP
    Julho/2019

  12. Geraldo Rufino, que “quebrou diversas vezez na vida”, conta que sua empresa atual nasceu por causa de um acidente que destruiu os poucos caminhões da sua pequena transportadora. Ao invés dele ficar chorando o leite derramado, ele enxergou o lado positivo do desastre que o levou a reinventar seu negócio: já que os caminhões acidentados não podem mais ser usados para o transporte, ele resolveu desmontar os veículos inutilisados para vender as peças como um desmanche. Vamos ganhar mais do que se vendermos os caminhões amassados. Assim nasceu a maior desmontadorade veículos de São Paulo, a J. R. DIESEL. Moral da estória: mude o paradigma que descobrirá novas oportunidades.

  13. meu avô foi construtor entre as décadas de 40 a 61, quando faleceu, era filho de construtor bem como seus irmãos. Em certo período fundou o comércio de materiais de construção Depósito São Benedito em São José dos Campos, embora não o tenha conhecido, lembro que todas suas edificações e mesmo no comércio eram revendidos os cacos de cerâmica, vermelho, amarelo e preto. As peças geralmente tinham 7 x 15 cm e para melhor informar, a mesa de jantar na copa de sua casa era feita de cacos de cerâmica (preservado por décadas). Porém lembro que tinham várias empresas cerâmicas como a Mogi Guaçu, Becker, Itu que também fabricavam telhas de barro, além da São Caetano que posteriormente passaram a esmaltar tais peças surgindo na época as cerâmicas coloridas de aparência leitosa e de cores diversas.

  14. No quintal da casa da minha mãe tem até hj, ajudei a colocar mais um pouco quando retirou uma parte do jardim. Agora trocou uma tubulação e danificou, uma pena. Eu acho que minha mãe vai retirar tudo por conta da dificuldade de conseguir material e mão de obra qualificada, uma pena. A frente da casa é de pastilhas e telhado “Brasília” típico de meados da década de 60 e início da década de 70. Pós construção da capital Brasília.

  15. Também chegou no Paraná. Na casa da minha vó tinha, e em várias outras casas até hoje ainda existem pisos feitos com os clássicos caquinhos vermelhos

  16. Na Italia os caquinhos tambem viraram moda nessa epoca. So que eram cacos (restos) de pedra provenientes da industria do marmore. Era adicionada uma massa aos cacos e produzidas lajotas, os famosos pisos Terrazzo! Foram um hit é se não me engano ainda existem no comércio.

  17. O jardim da nossa casa foi feito em 1952 era destes caquinhos vermelhos.Q saudades.Havia somente um portao de entrada e depois do jardim a porta de entrada da casa.O portao era sem chave,somente com uma maçaneta.Nao havia assaltos.Q.tranquil

  18. Em Campinas cacos usados era da Cerâmica Mingone Chácara da Barra Hoje Novo Cambuí a Cerâmica era onde hoje é a Indasta ao lado da Pizzaria Monjolinho

  19. Amei a história dos caquinhos. Morei em casas cujo o chão eram revestidos por esses maravilhosos caquinhos. Não importa se era dos Matarazzo ou Simonsen, alguém teve essa idéia genial de aproveitar o material considerado na época refugo, que posteriormente foi custando mais que a cerâmica inteira.

  20. Nossa na casa da minha mãe tem no quintal e passava o vermelhão parecia um espelho o nosso divertimento era passar o esfregão saia deslizando muito bim

  21. Boas recordações, meu primeiro emprego de vendedor foi exatamente na Ceramica São Caetano, e vendi muito o caco vermelho, que de tão disputado no departamento de vendas, cada mês era disponibilizado para um vendedor!! Bons tempos!!!

  22. Via a controvérsia sobre a propriedade da Cerâmica São Caetano e pesquisei os atos dessa cerâmica nos anos 50 e 60 e realmente era da família Simonsen. sendo Roberto Simonsen Fo. Presidente e Eduardo Simonsen, vice.

  23. Cerâmica S.Caetano é uma coisa…Cerâmica Matarazzo é outra.
    A S.Caetano era no bairro Cerâmica onde hoje é o shopping. A Matarazzo era no Bairro Fundação. A S.Caetano era do Simonsen e a Matarazzo da família Matarazzo. Trabalhei 3 meses na Matarazzo e 24 anos na S.Caetano..

  24. Faz algum tempo uma amiga de sampa me dizia que o seu bairro estava sendo “encaquinhado” e do alto de sua cobertura de nono andar se via tudo em volta se avermelhando, de repente: a graminha verde virou cores inauditas, o barro preto idem. tudo ao seu redor. A São Caetano aproveitava de um tudo pra vender o seu bagulho a todos que dele sentissem falta… um luxo !!!

  25. Quem admira a utilização de peças cerâmicas quebradas para a cobertura de pisos e paredes deve conhecer a obra do arquiteto, artista plástico e pensador austríaco HundertWasser. Realizou coisas incríveis e apaixonantes. Pesquise no Google.

  26. A nostalgia veio à tona ao ler essa matéria. Quando criança, eu e meu irmão e até eventualmente minha mãe, ajudava meu pai a construir nossa casa e a maior parte da área externa, foi revestida com caquinhos no terreno de 10 x 30, era gostoso assentar os cacos e a família toda participava e nessa época, anos 70, já não era tão barato os cacos e tínhamos que quebrar as lajotas vermelhas para produzir os cacos.

  27. Na entrada da casa dos meus mais queridos tios, na Rua Caiowaá, tinha esses caquinhos que davam um charme único à residência. Uma pena, porquê eles se foram, a casa foi demolida e tudo virou apenas uma doce lembrança.

  28. Oi gente! Entrei nesta pagina sem querer e parece que encontrei o caminho dos tijolos amarelos!!!
    Estou com a solange, se alguém souber onde possamos encontra, ainda esses caquinhos de um alô, pois estou a procura já a algum tempo. meu endereço é sandrocaarruda.slp@gmail.com

  29. Morei em uma casa em Araraquara que até hj tem a varanda com cacos vermelhos. E os cacos amarelo e pretos formam desenhos de animais. Pássaro, cobra, tartaruga. Muito interessante.

  30. Meu pai foi empreiteiro de obras durantes 60 anos e nos anos 60 trabalhei com ele por alguns anos e aprendi a fazer a colocação de caquinhos.

  31. Nos EUA também tem pisos de caquinhos como estes, já vi num programa Americano de carros antigos chamado,”Em busca de carros clássicos” ou, Chasing classic cars, no original em Inglês, no programa do Discovery turbo.

  32. Olha aí o quintal da vovó Nina!!!
    O quintal e toda a área externa da casa da minha avó eram como esse da foto. Caquinhos vermelhos com alguns cacos amarelos e pretos longe longe!!!
    Que saudades!!! Essa casa tem história!!!
    Família de imigrantes italianos que viveram anos felizes em uma casa construída pelos homens da casa e as mulheres trabalhando duro com costuras e lavagem de roupas. Tempos muito difíceis, mas felizes!!!

  33. Pois é Marly , sou construtor especializado em reformas , conheço bem este material , exitiam como foi falado várias fábricas, a maioria delas nâd existe mais , os formatos iniciais eram 7,5 x 15 cm ,
    20 x 20 cm , hesagonais e 5 x 20cm para rodapéss, este último muito raro. O material é de ótima qualidade , praticamente eterno e foi substituido pela cerâmica vitrificada de várias cores.

  34. Ah! que saudades…meu pai e meus irmaos trabalharam na Ceramica Sao Caetano e eu ia levar a marmita para eles…em 1940 e eu comecei a ir na escola que era dentro da fabrica, no escritorio, depois mudou para a casa do Dr. Armando de Arruda Perreira, mas o sr, Roberto Simonsen era o patrono.A casa ficava numa chacara en frente ao Cemiterio da Ceramica ao lado do barreiro, onde ao sair da escola eu e meus colegas iamos escorregar nos barrancos. Meu pai trabalhava num barraco onde havia um “prensa” onde o barro era amassado e saia em blocos que depois eram preparedos para o resultado final, tijolos e ladrilhos.Lembro ate’ hoje do sr. Odorico, o porteiro, que me deixava ir ate o barraco, la longe, e eu enquanto meu pai comia, brincava com a prensa, indo de um lado a outro. Na Argilex a gente so ia quando voltava da escola e passava, brincando com as pastilhas que sempre caiam e eram jogadas no barranco. A saudades da gente e’ grande….

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