A tradição do marzipan: a história da Kopenhagen

Uma das lojas de chocolates finos mais famosas do Brasil, a Kopenhagen, começou em São Paulo, fruto do árduo trabalho de dois imigrantes vindos da Letônia: Anna e David Kopenhagen. Anna, inclusive, pode ser considerada a matriarca do marzipan (doce composto de amêndoa e açúcar) no Brasil, segundo o conceituado site Mundo das Marcas (ver referência).

A trajetória da empresa começa, efetivamente, em 1928 quando Anna passava a fazer o marzipan durante a noite e David, que estudava medicina, procurava os clientes.

O início da não foi fácil. David começou a arrumar compradores para as iguarias em funcionários e clientes dos bancos europeus no Centro de São Paulo e, após muita luta, o casal conseguiu abrir a primeira loja na Rua Miguel Couto, no Centro de São Paulo.

Fachada de uma das primeiras lojas da Kopenhagen

O local tinha uma novidade que marcou os olhos das pessoas da época: bonecos, bichinhos e outras figuras feitas de marzipan eram expostos na vitrine da loja, tanto para decoração, como para venda. O sucesso e a fama da Kopenhagen, então, “disparou”.

Graças a esse “boom”, o casal logo inaugurou uma segunda loja na mesma rua. Pouco tempo depois, já em 1930, os empreendedores viram um novo nicho: os ovos de Páscoa, feitos inicialmente em chocolate ao leite e crocante. E, além disso, aprenderam que decorar as vitrines de acordo com as festividades, contribuía muito para chamar a atenção dos consumidores.

No começo da década de 40, o casal decidiu adquirir uma fábrica no bairro do Itaim Bibi, com as tecnologias mais modernas da época. Assim, além do marzipan e dos ovos de páscoa, a empresa começou a produzir os chocolates finos, bombons, balas, biscoitos e, até mesmo, panetones.

Fábrica da Kopenhagen em 1943, no Itaim Bibi

Dessa forma, a empresa se aproximava ainda mais do público brasileiro, em detrimento aos produtos que eram mais “europeus” no começo da trajetória da Kopenhagen.

Também na década de 40, o negócio foi expandido, chegando ao Rio de Janeiro, então capital federal. Nesses anos, a Kopenhagen já oferecia produtos tradicionais, como a Língua de Gato, Chumbinho, Lajotinha, Nhá Benta, etc. Nos anos 50, uma mudança significativa: a empresa adota o atual logotipo, a assinatura de David Kopenhagen.

Fachada de uma antiga loja da Kopenhagen toda decorada com caixas de bombons, fitas e os famosos lápis (recheados com balas), no canto esquerdo

Os anos 60 foram marcados por novidades: as caixas de bombom com tampas transparentes; a inauguração da loja no shopping Iguatemi em 1968; e os coelhos de chocolate com nome de gente (Lito, Vera e Bastião).

As franquias seriam implantadas em 85, para expandir os negócios além do eixo Rio-São Paulo. A empresa reinou até os anos 80/90, quando novos concorrentes surgiram.

O empresário Celso Ricardo de Moraes, então proprietário do laboratório Virtus, fabricante dos conhecidos Adocyl, Maracugina e Atroveran, comprou a KOPENHAGEN, em 1996, a época com 100 lojas, e mudou as estratégias de venda de chocolates, que ficaram mais caros e, por incrível que pareça, fez a empresa voltar a crescer de maneira saudável e equilibrada.

Referência: http://mundodasmarcas.blogspot.com/2006/05/kopenhagen-os-mais-finos-chocolates.html