Consórcio que gerencia o Pacaembu quer revisão de valores e inclusão de praça no contrato

A Allegra Pacaembu, controladora do Pacaembu, entrou com um pedido junto à Prefeitura de São Paulo para reduzir em 71% o valor a ser pago à prefeitura, além da inclusão da Praça Charles Miller e o aumento da extensão do contrato por mais 15 anos. O consórcio alega que os prejuízos causados pela pandemia prejudicaram os planos para o local.

Com a extensão do contrato, o consórcio mandaria no espaço por 50 anos, ao invés dos 35 anos iniciais. Segundo o que foi apurado pelo “G1”, a prefeitura confirmou o recebimento dos pedidos da Allegra e analisa a questão junto a outros órgãos competentes. Vale o registro que esse pedido vem logo após o consórcio mudar completamente a “cara” do Pacaembu.

Em novembro foi anunciada a demolição do Tobogã, onde será construído um hotel. Já há, segundo o consórcio, uma parceria com uma marca que ocupará dois andares desse edifício.

Previsão de como ficará o Pacaembu após as reformas

Segundo o acordo assinado pelo então prefeito Bruno Covas, em 2019, a concessionária pagaria R$ 752.409.974,07 à Prefeitura para poder administrar o Pacaembu pelos próximos 35 anos. Esse valor, arredondado, daria cerca de R$ 22 milhões ao ano ou R$1.792 milhão ao mês.

Com o pedido da concessionária, para que o contrato passe a valer por 50 anos, o valor anual pago (sem a redução) seria de cerca de R$15 milhões de reais. O valor mensal chegaria a R$ 1.254 milhão, uma “perda” considerável de receita.

Caso o poder público entenda que a redução é “plausível”, o valor da outorga cairia de R$ 752.409.974,07 para cerca R$ 218.198.892. Esse valor, durante 50 anos daria cerca de R$ 4.3 milhões ao ano. O valor mensal pago à prefeitura seria de R$ 363.664,82.

Ao G1, a prefeitura disse que em 2017, a receita do estádio foi de R$ 2,4 milhões, enquanto os gastos com a manutenção foram de R$ 8,3 milhões.

Por essa conta, a receita média do estádio foi de R$ 200.00 ao mês e a manutenção que a prefeitura teve com o estádio neste ano foi de (arredondando) R$ 692.000 ao mês.

Descaso com a informação

Por fim, reparei ontem que o site oficial da concessionária, o “Pacaembu Oficial”, mostra um descaso com a informação sobre o espaço. Ao acessar a página e descer um pouco, você verá a seguinte mensagem.

Print do site “Pacaembu Original” onde não há qualquer texto legível

É possível observar que há um pequeno histórico do Pacaembu, um texto “default” (que não quer dizer nada com nada) e um segundo trecho da história do espaço. O descaso do consórcio com a história do lugar é gigantesco. Além de concretar o gramado, destruir o tobogã e pedir mais tempo à prefeitura, ainda não cuida de memórias e trajetória do local.

Qual a opinião de vocês sobre essa concessão e o que vem sendo feito no local? Estão de acordo?