Nas milhares de vias que existem na cidade de São Paulo, muitas são destinadas a homenagear antigos militares que, por diversos motivos, mereceram ter seus nomes lembrados pela população paulistana.

Uma dessas ruas é a General Carneiro que homenageia Antônio Ernesto Gomes Carneiro. O homenageado foi um importante general do nosso país que acabou morto no famoso Cerco da Lapa, no Paraná. Além disso, ele foi um herói na Revolução Federalista, ocorrida entre os anos de 1893 e 1895. Sua maior façanha foi entrar para a história do país como o “Herói da Lapa”.

Placa que está no túmulo do General
Placa que está no túmulo do General

Oriundo da antiga cidade de Serro Frio, hoje conhecida apenas como Serro, em Minas Gerais, ele nasceu no ano de 1846, filho de um farmacêutico que desejava que ele seguisse a sua profissão, e de uma mãe muito religiosa que o queria padre.

O jovem Antônio começou seus estudos na sua cidade natal e, depois, foi para o Seminário de Diamantina e estudou em Curvelo, também em Minas. Além disso, ele chegou a cursar farmácia, mas mudou para o Rio de Janeiro e resolveu voltar seus esforços para a área de humanas.

Um Acaso do Destino

Enquanto esteve no Rio de Janeiro, estourou a mais famosa guerra que o Brasil fez parte: a Guerra do Paraguai. Carneiro acabou alistando-se como soldado no dia 2 de janeiro de 1865. Curiosamente, ele foi o primeiro soldado do corpo de Voluntários da Pátria, e começou ali a sua carreira militar.

Logo após se alistar, Carneiro foi enviado ao Rio Grande do Sul onde ficou conhecido por sua grande bravura. Com essa importante característica, ele conquistou os postos de primeiro sargento e alferes.

O Coronel Gomes Carneiro e os Heróis do cerco da Lapa
O Coronel Gomes Carneiro e os Heróis do cerco da Lapa

Em 1872, matriculou-se na Escola Militar. Foi logo promovido a tenente (1875), depois capitão (1877), major (1887), tenente-coronel (1890) e coronel (1892). Poucos anos depois, uma bela iniciativa: criou no Rio de Janeiro um Colégio Militar para os filhos órfãos dos combatentes da Guerra do Paraguai e filhos de veteranos da guerra.

Durante o reinado de D. Pedro 2º, aproximou-se do imperador durante um problema pessoal. Um de seus filhos sofreu um acidente e teve as pernas decepadas. D. Pedro 2º, então, além de lhe fazer uma visita cordial, providenciou para o menino o primeiro aparelho ortopédico usado no Brasil, possibilitando que o garoto voltasse a andar.

Durante o período da República, em que a crise levou à renúncia de Deodoro da Fonseca, Gomes Carneiro foi auxiliar de Floriano Peixoto em um dos períodos mais difíceis de seu governo, quando enfrentava críticas da elite e protestos que pediam a realização de novas eleições. Uma dessas insurgências foi a Revolução Federalista (1893-1895), no Rio Grande do Sul.

Carneiro foi mandado por Floriano para defender o Paraná. Sua batalha mais importante ficou conhecida como o Cerco da Lapa, na cidade de Lapa, no Paraná, em 1894. O confronto opôs as tropas republicanas, os chamados pica-paus (legalistas), e os maragatos (federalistas), contrários ao sistema presidencialista.

As tropas do coronel estavam em grande desvantagem – eram pouco mais de 600 homens contra 3.000 adversários – e ainda assim, resistiram por 26 dias até serem derrotados.

O tempo de resistência permitiu que o governo organizasse tropas para combater os revoltosos. Esse sangrento acontecimento militar contribuiu para a consolidação da República.

A batalha custou a vida de Gomes Carneiro. Ele foi atingido por um projétil e morreu dias depois, em 9 de fevereiro, aos 48 anos. Está enterrado no Panteão dos Heróis, junto com outros combatentes, em Lapa (PR).

Gomes Carneiro em seu leito de morte
Gomes Carneiro em seu leito de morte

Um dia antes de morrer, ele foi promovido a general, mas não recebeu a notícia a tempo. Hoje, ele empresta seu nome a ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de ter alguns monumentos em sua homenagem no sul do Brasil.

2 Comments

  1. Gostaria de saber se realmente o general fazia parte da minha família .árvore genealógica porque meu país quando eram vivos sempre falava que a nos tinha um parêntese só que hj não tem como perguntar mais infelizmente todos já se foram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *