Quando falamos em loja de departamento, a primeira que vem na mente é o Mappin, com seu jingle inesquecível e as lojas que marcaram época. Mas uma outra loja também fez grande sucesso, a Mesbla. A empresa nasceu através de uma outra empresa que operou no Rio de Janeiro em 1912 importando maquinário, automóveis e outros equipamentos e era administrada por um empresário francês chamado Luiz La Saigne.

Em 1924, Saigne decide nacionalizar o empreendimento sob o nome de Sociedade Anônima Brasileira Estabelecimentos Mestre et Blatgé. O nome Mesbla, portanto, veio da soma das duas primeiras sílabas de Mestre e Blatgé. Segundo dizem, essa nomenclatura foi escolhida após um concurso interno e a vencedora foi a secretária de Saigne, a Izaura. Importante dizer que o nome foi adotado oficialmente em 1939.

Propaganda da Mesbla em 1959

Pouco depois, a filha de Saigne se casou com Henrique de Botton, que assumiria a empresa após o falecimento do patriarca. O sucessor de Henrique, André, foi o responsável por expandir a Mesbla para diversos estados do Brasil. Entre os anos 60 e 70, a Mesbla foi uma das maiores lojas do Brasil, com várias lojas históricas em São Paulo, sendo as da Rua 24 de maio, Rua Butantã e a da Avenida do Estado (que era a divisão de carros, que podiam ser comprados com cartão de crédito), as mais importantes.

A Mesbla da Rua 24 de maio

Os anos 90 foram duros com a empresa, que sofreu com a hiperinflação e falta de gestão. O negócio foi comprado por Ricardo Mansur, que queria juntar a Mesbla com o Mappin, mas a ideia não deu certo e as duas acabaram falindo no final dos anos 90. Importante dizer que um dos endereços da Mesbla, o da Rua 24 de maio, foi comprado pelo Sesc por cerca de R$ 6 milhões. O local começou a ser reformado no início de 2002, a partir de um projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. 

A divisão de veículos

Vale lembrar de um Curioso registro que é a loja da Avenida do Estado. Por lá, a Mesbla oferecia um showroom com vários modelos de carros importados, peças para carros (e barcos) e até uma oficina.

Com o passar do tempo, o local virou um galpão de estoque, concessionária da Chevrolet e uma igreja evangélica. Hoje o imóvel está parado e vazio. São lembranças e mais lembranças que ficam na memória de todos nós.

Showroom da Mesbla, na Avenida do Estado, em 1941

Referênciahttps://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2310200107.htm 

2 Comments

  1. E quem foi Luiz Gama?????????????????
    Gastar dinheiro no que não interessa ao povo…
    O que precisa é cuidar do centro tomado por drogados, traficantes, moradores de rua!
    Cuidar dos prédios abandonados que trazem horrores, feiura na capital que outrora orgulhávamos, era uma cidade linda, limpa!
    Precisa fazer alguns predinhos e colocar esses moradores de rua que poderão pagar como for possível de suas posses…
    O IPTU é alto em São Paulo, porque não reservar alguma parte para esse fim tão necessário?

    1. Concordo plenamente com você! O dinheiro desperdiçado na troca de estátuas que não fazem a mínima diferença na vida da gente, não só pode, como deve ser utilizado para cuidar do que realmente está precisando de cuidados urgentes. A cidade toda está malcuidada, o centro então, nem se fala, completamente abandonado. E quem é pago para administrar o dinheiro público preocupado em trocar estátua… Difícil…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *