No final do século XIX, mais especificamente entre 1870 e 1880, existiu em São Paulo, próxima da atual Rua 25 de março, uma ilha que ficou conhecida como a “Ilha dos Amores”. São vários os relatos de como essa simpática estrutura surgiu, mas a mais aceita é a de que a ilha foi um pedaço de terra que sobrou após a primeira retificação do Rio Tamanduateí. Ali foi instalado um quiosque de comidas e bebidas, um espaço de descanso e uma casa de banhos, espaço bastante útil em tempos sem água encanada.

Segundo o jornal “A Província de São Paulo” em sua edição de 18 de maio de 1877, a ilha era mesmo uma coisa de outro mundo. A Ilha causava no visitante “uma admiração extraordinária, pelo pitoresco e gracioso efeito de seus passadiços tortuosos, de seus repuxos de uma água límpida e pura como o cristal e sobre tudo de suas roseiras e de seus mássicos de ervas, de um verde o mais tenro que as fadas parecem ter semeado naquela residência encantada, onde tudo respira poesia”.

Vale dizer que, em 1874, o prefeito João Teodoro, em seus relatórios de prestação de contas sobre as atividades praticadas no ano anterior, fez questão de colocar a “criação da Ilha dos Amores” como uma obra sua. É importante dizer que o local recebeu, de fato, algumas benfeitorias, como a instalação de luminárias e belíssimas esculturas.

Luminária de ferro fundido representando um pagem do século XVI, implantada originalmente na Ilha dos Amores, depois transferida para o Largo do Arouche.. Imagem de 1920

Mais tarde, a ilha acabou abandonada. As chuvas que a alagavam parcialmente foram parte do motivo. Por fim, não sobreviveu à segunda retificação do Tamanduateí, no início do século XX e acabou desaparecendo para sempre da paisagem de São Paulo.

Referências: http://momendereflexao.blogspot.com/2014/11/a-ilha-dos-amores.html

http://www.arquiamigos.org.br/info/info25-26/i-logra.htm

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