O Bairro Suíço de São Paulo – A História do Lauzane Paulista

Um dos bairros mais tradicionais de São Paulo, o Lauzane Paulista, carrega uma curiosa história na origem do seu nome. Apesar de comemorar mais de 90 anos de história, o Lauzane tem seu surgimento muito antes de 23 de outubro de 1924.

Sua trajetória começa com uma grande propriedade de terra no distrito do Mandaqui, quando em 1870, as terras foram compradas pelo casal Pedro Gabone e Fransica Bocaccio, um francês e uma italiana, respectivamente.

A grande fazenda dos dois possuíam vários sítios menores e, registros de 1917, dão conta que uma dessas áreas pertencia a Alberto Savoy, um suíço nascido na cidade de Lousanne. Estima-se que suas terras, que tinham 65 alqueires, iam da Estrada do Bispo, atual Avenida Conselheiro Moreira de Barros, até a Avenida Parada Pinto.

Anos depois, quando Savoy decidiu que era o momento de se desfazer de suas terras, a empresa Francisco Amaro e Cia. acabou adquirindo o lugar que, depois, a dividira em lotes ainda menores. A história conta que Francisco Amaro era muito amigo de Savoy e, em sua homenagem, nomeou a região com o nome de Lauzane.

Vale a menção que o bairro possui o tradicional Clube Lausanne Paulista, fundado em março de 1927, que sobrevive até hoje. A linda Paróquia Santo Antônio do Lauzane também é uma das referências da região.

Paróquia Santo Antônio do Lauzane

A partir da década de 60, a região do norte da cidade começou a se desenvolver. Em 1969, a primeira linha de ônibus, com ponto final na Praça da República, chegou ao Lauzane. Anos depois, em 1973, foi inaugurada a primeira escola municipal, chamada Marcos Mélega.

Durante os anos 70, aliás, havia uma represa na região, que surgiu após várias e sequenciais detonações de dinamite em uma pedreira, que fornecia material para o calçamento da cidade de São Paulo. Tempos depois, se tornou um lixão e, até hoje, é possível observar grandes pedras em sua borda, onde fica o estacionamento de um dos grandes mercados do Lauzane, o Bergamais, antigo Bergamini.

O famoso Trem da Cantareira também passou pela região, pelo ramal conhecido como “Ramal dos Menezes”, que terminavam na pedreira junto ao mesmo supermercado. Hoje, a R. Ramal dos Menezes, que corta o bairro, apresenta traçado idêntico ao traçado do antigo trecho que engatava com a antiga Estrada de Ferro Cantareira.

Atualmente, a região possui de tudo um pouco: de um grande shopping center à comércios familiares pequenos. Uma das grandes reinvindicações dos moradores, atualmente, é com relação à estrutura viária que, em muitas ocasiões, não suportam o tráfego diário de veículos do bairro.