O Doce Do IV Centenário – A História do Dadinho

Todo ano a cidade de São Paulo dá uma pausa nas suas atividades para comemorar o aniversário da mais importante metrópole da América Latina. E as comemorações acontecem de todas as maneiras: desfiles oficiais, bolo e, até mesmo, o lançamento de um doce especial.

Uma das maiores surpresas que tive foi ao comprar alguns Dadinhos em uma doceria perto do trabalho e observar sua embalagem. Em alguns espaços está escrito a mensagem “IV Centenário”, em outros está em destaque um curioso símbolo em um círculo azul e existem várias estrelas coloridas com o fundo prateado.

Lançado especificamente para as comemorações do IV Centenário da nossa cidade, junto a monumentos como o Parque do Ibirapuera, o Mausoléu do Soldado Constitucionalista e com a Catedral da Sé reformada, o doce se tornou um sucesso na capital. O seu formato logo “descaracterizou” o nome original do doce e ele ficou conhecido popularmente como Dadinho.

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A fabricante, obviamente, aceitou essa nova nomeação e adotou “Dadinho” como nome oficial da iguaria. Falando dos símbolos citados no começo do texto, vale o destaque para:

A Cor Prateada da Embalagem: o tom adotado pelo fabricante faz clara referência aos papéis triangulares que foram jogados dos céus na festa do IV Centenário que eram prateados. Existem relatos, inclusive, que na ocasião da festa, o Vale do Anhangabaú foi tomado por uma linda chuva prateada enquanto aconteciam as comemorações na região.

Triângulos de papel jogados de aviões na festa do IV Centenário.

O Símbolo No Círculo Azul: Ao mesmo tempo em que os Dadinhos passam por nossas mãos diariamente, poucas pessoas se dão conta que o maior “fracasso” de Niemeyer é visto por nós e passam despercebidos.

Chamada de “Voluta Ascendente”,  a obra não conseguiu se manter em pé, devido ao seu “ousado” desenho por muito tempo. Embora o finado arquiteto sustente que ele apenas projetou o desenho e que ela nunca foi concebida, a foto de inauguração do Ibirapuera mostra o contrário. Mais do que isso, a lembrança do Dadinho acabou eternizando, sem querer, a maior “falha” do genial arquiteto brasileiro.

Obra de Niemeyer: a Voluta Ascendente.

O Nome IV Centenário: Na própria embalagem do doce é possível ver o nome “IV Centenário” escrito sobre uma faixa amarela. Essa, com certeza, é a maior referência à cidade de São Paulo contida nesse doce.

Voltando à história da bala, a Dizioli produziu o quitute até os anos 80, sendo que atualmente ela é feita pela Bono Gusto Indústria e Terceirização de Alimentos Ltda. Acho que depois de toda essa lembrança, vou comprar mais alguns dadinhos. Quem acompanha?