Recentemente falamos de Jânio Quadros na SP In Foco. O tema foi sobre a agressão que o então vereador havia sofrido no plenário da Câmara Municipal de São Paulo, devido a um polêmico Projeto de Lei. Ainda na linha polêmica de Jânio, vamos aos famosos ônibus de dois andares que ficaram conhecidos como Fofão.

No dia 8 de setembro de 1987, a então Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC), colocou em circulação 11 unidades dos ônibus de dois andares com incríveis 4,3 metros de altura. O Estadão fez um registro do começo da circulação desses veículos por São Paulo. No dia 9 de setembro, o jornal abria a matéria assim:

“Fofão, o gigantesco ônibus double decker (dois andares) batizado ontem pelo prefeito Jânio Quadros ao som da banda da música da CMTC, tem apenas 24 horas de vida mas, neste período, arrancou meio metro de asfalto, trombou em um toldo de garagem, quebrou a suspensão lateral, arrancou galhos de árvores, passou de fininho sob viadutos da cidade e, o pior, congestionou o trânsito no trajeto que percorreu da oficina da CMTC, no Pari, até o gabinete do prefeito, no Ibirapuera.”.

Fofão em circulação por São Paulo

Esses veículos circularam, inicialmente na linha 5111, que passa pelo corredor da Avenida Santo Amaro. Os ônibus ainda tiveram outros apelidos “carinhosos”: dose-dupla, groselhão, come e dorme, belichão, entre outros. O primeiro apelido, inclusive, foi o escolhido por Jânio, segundo o Estadão.

O secretário de Negócios Metropolitanos da época, Getúlio Hanashiro, era contrário à utilização desses veículos. Ele acreditava que tinha pouca segurança e, além disso, dizia que pela sua altura, ele enfrentaria problemas ao passar por milhares de semáforos da cidade. Ou seja, seria preciso refazer a sinalização de SP para que o Fofão pudessem circular bem pela cidade.

Fofão em sua viagem inaugural por São Paulo

Mas o poder público foi insistente e, no ano seguinte, 1988, mais 26 unidades foram disponibilizadas ao público. Os novos ônibus, vale dizer, não eram importados, mas fabricados pela Thamco Indústria e Comércio.

A curiosidade desses veículos era sua capacidade: 112 passageiros, um marco para a época e, se olharmos para os dias atuais, até para o nosso tempo. Os ônibus convencionais transportam 75 pessoas e os articulados 120, logo, os de dois andares seriam quase “uma solução” para os transportes cheios da cidade.

Os veículos Fofão, entretanto, enfrentavam grandes problemas de deslocamento por SP.

Sempre paravam devido ao enrosco na rede elétrica, demandava cuidado com os viadutos baixos que temos na cidade e, até mesmo, a direção dos nossos motoristas não era adequada para um veículo desse porte.

Os ônibus de dois andares acabaram sendo descartados em 1993, quando foram leiloados pelo poder público.

Referências: http://culturafm.cmais.com.br/lembrancas-de-sao-paulo/sao-paulo-nao-e-londres

https://cultura.estadao.com.br/blogs/curiocidade/sao-paulo-ja-teve-onibus-londrinos/

https://fotos.estadao.com.br/fotos/acervo,fofao,571401

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