A criação e comercialização dos modelos “SP”, da Volkswagen são cercadas de folclore e, até mesmo, algumas lendas urbanas. Fazendo uma pesquisa rápida sobre o tema na internet, é possível encontrar várias versões para o seu nome, embora sua trajetória seja mais sólida e com informações mais precisas. Digamos que o primeiro protótipo do veículo foi apresentado em 1971, na Feira da Indústria Alemã e, entraria para comércio popular, a partir de 1972, ficando até 1976 à disposição do público brasileiro. O modelo “SP”, tanto o 1 quanto o 2, tiveram 10.361 unidades fabricadas, sendo 10.193 da versão SP2 e 168 da versão SP1.

O design do veículo foi chefiado por Márcio Piancastelli, que também foi o responsável pelas linhas do VW 1600 Sedã, Variante II e o Gol, e contou com a participação de José Vicente Novita Martins e George Yamashita Oba. Entretanto, o projeto não poderia acontecer sem um grande incentivador: o então presidente da Volkswagen no Brasil, o alemão Rudolf Leiding, que aceitou vir para o país em troca de ter total autonomia em novos projetos, algo muito raro para a época.

Esse projeto, desenvolvido com muitas mãos, tinha uma missão: ser um concorrente à altura do Puma, esportivo com visual moderno e de muito sucesso. Além disso, curiosamente, os Pumas utilizavam mecânica da Volks. Os Volkswagen SP1 foram produzidos com motor de 1.600 cm³, com 65 cv; e o SP2, mais requintado e com bloco 1.700 cm³ com 75 cv. Ambos eram movidos à gasolina.

O primeiro protótipo do SP foi apresentado em uma feira de novidades industriais no ano de 1971, em Hannover, na Alemanha, onde chamou muita atenção. No ano seguinte, já estava disponível para o público brasileiro.

Vale dizer que a diferença de preço era pouca entre os dois modelos e, assim, os compradores preferiam o SP2, o que antecipou a aposentadoria do SP1 para 1974 (existem versões de que o SP1 foi aposentado no mesmo ano de 1972, ou seja, no ano de seu lançamento).

Fábrica da Karmann-Ghia do Brasil, produzindo artesanalmente os VW SP-2 e os Karmann-Ghia TC

O modelo SP foi oferecido em 44 cores, sendo 12 metálicas e, de maneira geral, não foi muito bem recebido por suas deficiências. Ele chegava a “apenas” 154 km/h e demorava 17 segundos para chegar a 100 km/h.  Entretanto, pelo seu belo desenho, conquistou muitos fãs e é lembrado até hoje como um charmoso veículo do passado. Apesar de agradar os olhos do público, o veículo também tinha problemas. Os consumidores costumavam dizer que o freio era muito fraco para o carro e que a traseira “saía” muito durante a direção.

O SP 2 ainda na fase de projeto

A origem do nome “SP”

Aqui mora uma das maiores lendas urbanas que cercam o Volkswagen SP. Segundo a Flatout, existem duas razões para essa sigla. A primeira seria a de que a Volks quis homenagear o estado e a cidade de São Paulo e, portanto, adotou a sigla “SP” como forma de executar esse desejo. A segunda versão é a de que SP poderia significar Special Project ou Sport Prototype, sendo apenas uma coincidência o SP.

Referênciashttps://www.flatout.com.br/o-que-significam-os-nomes-dos-carros-parte-4-os-brasileiros/

http://fuscafurgao.blogspot.com/2011/07/carros-de-sucesso.html

https://motorshow.com.br/vw-sp2-um-esportivo-brasileiro-com-estilo-e-historia/

28 Comments

      1. Olá Abrahão.
        Muito boa a matéria. Só senti falta de inserirem o link do meu blog, afinal meu nome foi citado na matéria e eu nem fui consultado sobre isso. Me chamo Luciano Amaral Pinheiro e sou proprietário do Blog VWSP2 Clássico.

        1. Oi Luciano, tudo bem?

          Pode ficar tranquilo, já tirei seu nome da matéria.

          Agradeço o elogio e me desculpe se causou algum incômodo.

    1. As principais diferenças entre o SP1 e o SP2 eram a cilindrada do motor, que no SP1 era 1600cc (65CV) e no SP2, 1700cc (75CV) e o acabamento interno, mais simples no modelo SP1, que não contava com console central entre os bancos, revestimento de curvin ao invés de couro além de não possuir relógio elétrico nem medidor. Espero ter ajudado.

  1. Jamais vou esquecer meu SP 2. Perfeito em termos de conforto para um esportivo, cambio à mão, uma delícia passear e viajar com ele. Não deveriam ter parado de fabricá-lo, mesmo que o número de unidades vendidas não se equiparasse com os demais modelo da VW.

  2. Grande Marcio Piancastelli… um abnegado, que largou tudo no Brasil, por uma bolsa de estudos no estúdio Ghia, ganha em um concurso de desenho no Brasil, onde apresentou o Itapuã, com jurados como Giuseppe Farina e Mario Fissore, ficando em segundo lugar. Pai do SP1, SP2, da Brasília, da Variant 2 e do VW Sedã. Nos deixou em 2015. Gênio.

  3. Fiquei até emocionado em saber que fui um dos 10.193 privilegiados em possuir um exemplar do saudoso SP2. Um carro inesquecível, com a esportividade ao limite

  4. O que pouca gente sabe, é que esse modelo serviu de inspiração para a criação do Porsche 928, que foi feito com a intenção de derrubar o mito 911.
    Não alcançou o sucesso pretendido, mas a admiração pelo design brasileiro ficou patente.

  5. Excelente reportagem!! Este ícone da indústria automobilística brasileira deve sempre ser evidenciado. Tenho um original, única dona (minha mãe), com 33.000km. Sempre que saio com este carro, escuto histórias saudosistas de muita gente!! Que tal promover um encontro?? Parabéns!!

  6. Sou Presidente do VW SP2 Club e informo que nos dias 15, 16 e 17 de novembro teremos o V Encontro Internacional de de VW SP2 na cidade de Barra Bonita.
    Todos estão convidados a participar e saber mais sobre o VW SP2 com palestras e apresentações de ex funcionários da VW e especialistas no assunto.

  7. O texto lembrou muito bem que o protótipo apresentado na feira alemã não tinha as aberturas de ar na coluna , e na minha opinião deixava o carro mais bonito que o modelo comercializado. Outro aspecto que me incomodava era a cor de fundo do friso lateral, que naquela versão era preta, e no modelo comercializado ter sido alterada para vermelho.
    Mas o seu interior era muito bonito e moderno.
    Um carro especial, não obstante as observações sobre o motor e o freio

  8. Meu primeiro carro, um modelo 1975, comprado em 1989.
    Nº 9565, um dos últimos.
    O carro tinha muitas qualidades, mas não era esportivo, não tinha desempenho.
    Faltou citar na matéria que infiltrava muita água.
    Quanto aos freios e estabilidade, nada a reclamar para um carro dos anos 70.
    Era muito difícil que ele saísse de traseira, pois os bancos eram deslocados para trás e lá também estava o motor. Logo, o carro tinha tendência a sair de frente. Mesmo assim, pouco, pois sua frente era comprida.
    Fora a dificuldade e acessá-lo, por ser muito baixo, tinha um conforto muito grande, com bancos envolventes, inclusive nas pernas, chegando até o joelho.

  9. fui um dos previlegiados , tinha um do ano de 1973, fiquei com ele por uns 15 anos até 1996, tive que me desfazer dele por falta de espaço , ele dormia na rua , um exelente carro nunca me deixou na mão ( e nem a pé) , kkkk , vc podia acelerar até nas curvas , devido sua aerodinamica , ele se acentava no chao, enfim , hj só tenho fotos para recordar

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