São Paulo, Futebol e Cerveja – Uma introdução ao Parque Antarctica

Por Diógenes Sousa

Mais do que uma bebida e um esporte, a cerveja e o futebol são elementos culturais nossa sociedade, dizendo muito sobre ela. E eles chegaram a São Paulo na mesma época, nos últimos anos do século XIX.

A cerveja produzida de modo industrial foi fruto da empreitada de Louis Bücher e Joaquim Salles que, em 1882, criaram a Companhia Antarctica Paulista, na região Oeste da cidade, entre os bairros da Água Branca e Pompéia. Já o futebol, como sabemos, foi trazido por Charles Muller em 1894.

O futebol ganhou logo vários adeptos, tendo o Velódromo de Dona Veridiana, onde hoje é a Praça Roosevelt, como um dos principais locais para a prática do esporte que, sendo majoritariamente da elite, excluía a população pobre.

Esta, por sua vez, ia para os campos próximos à Várzea do Carmo – de onde surge a expressão “futebol de várzea”, utilizada até os dias de hoje.

A Cia Antarctica criaria um parque para o deleite de seus funcionários, no terreno próximo à fábrica. Mais tarde, o Parque Antarctica seria um dos maiores espaços de lazer na cidade de São Paulo no início do século XX, tendo em, 1902, a primeira partida oficial de futebol com times profissionais, entre o Germânia e o Mackenzie.

O Germânia alugava o campo de futebol da fábrica, mais tarde também sendo alugado pelo Palestra Itália. Em 1920, o time de origem italiana compra o campo e grande parte do terreno do Parque Antarctica, inaugurando, em 1933, o Stadium Palestra Italia.

Em 1942 o time é obrigado a mudar de nome, passando a se chamar Sociedade Esportiva Palmeiras, comemorando 100 anos em 2014, com a inauguração do Allianz Parque. Conhecer sua história é um belo passeio que começa por uma São Paulo nostálgica até chegar à metrópole moderna com a qual nos deparamos todos os dias.

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