Buscando sempre encontrar grandes referências paulistanas em todos os segmentos, a SP In Foco não poderia deixar de citar o nome de uma das paulistanas mais ilustres e famosas da nossa história. Estamos falando, claro, de Ada Rogato. Nascida no dia 22 de dezembro de 1920 e filha única dos imigrantes italianos Guilherme Rogato e Maria Rosa Grecco Rogato, Ada começou sua carreira profissional como datilógrafa no Instituto Biológico no dia 9 de janeiro de 1940.  Ali ela ficaria até o ano de 1941, quando solicita licença para participar da chamada “Semana da Asa”, evento dedicado aos amantes da aviação.

Pouco tempo depois, em 42, ela decide que quer ganhar os céus e matricula-se na Escola Livre da Sociedade de Pilotagem de São Paulo e decide, também, realizar o curso de Biblioteconomia. Com o tempo, ela se tornou aviadora e paraquedista, sendo a primeira paraquedista sulamericana, e também chegou a ministrar cursos para essa modalidade de lazer.

Ada Rogato

Após um afastamento de suas funções aeronáuticas, Ada voltaria ao Instituto Biológico onde trabalharia por algum tempo até sofrer um acidente em 1948. Na época, graças à sua formação como pilota, Ada prestou alguns serviços experimentais de combate às pragas do café. Foi então que, na propriedade de Chantebled, em Cafelândia, ela sofreu um acidente.

Segundo o “Correio Paulistano”, publicado em 10 de março de 1948, o acontecido foi o seguinte:

 “Foi, como se recorda, nos dias de carnaval. Uma funcionária do Instituto Biológico, que por varias vezes se impusera como pioneira em diversos setores da aviação, desejou mais uma vez acentuar a sua vocação de pioneirismo, e ser o primeiro aviador brasileiro a empregar as excelências da aviação a serviço da agricultura. Uma pequenina deficiência técnica – de fácil correção alias – ocasionou o acidente. E a aviadora deu entrada no hospital, onde, menos de um mês depois, nas vésperas de sua alta, recebeu a reportagem para fornecer apontamentos das suas observações”.

Logo após sua recuperação plena, Ada utilizou pela primeira vez a aeronave Paulistinha, chamada, também, de Gafanhoto, por Henrique da Rocha Lima, diretor do Instituto Biológico na época. Esse avião, inclusive, fora doado ao Instituto a pedido de Carlos Alves Seixas, importante pesquisador da época.

Os Feitos Na Aviação

No ano de 1950, graças a um pedido formal do Major Brigadeiro Armando de Mello Araribóia, ela foi afastada de suas funções administrativas por dois anos para que pudesse se dedicar à um grandioso projeto. Em 51, então, esse projeto sai do papel. Ada realizou um longo voo em torno das Américas, percorrendo no total quase 40.000km em 236 horas. Ela passou por 17 países e foi a primeira sulamericana a fazer uma viagem do gênero.

Além de tudo isso, Ada foi campeã paulista de paraquedismo e, durante toda sua vida, executou mais de 100 saltos. Ela, também, foi a primeira mulher a saltar de um planador no país. No ano de 1956, outra viagem histórica: a convite do Governo de São Paulo, ela passou voando por todas as capitais do país e pela floresta amazônica em um pequeno avião. Um feito para a aviação da época.

Suas homenagens póstumas são várias. Teve uma cachaça com o nome Voadora, inspirada em seus feitos, uma Praça na região da Lapa e uma rua em Ribeirão Preto. Ada recebeu, também, vários títulos importantes, como: a Comenda Nacional de Mérito Aeronáutico, grau de cavalheiro (primeira mulher); Comenda Asas da Força Aérea Brasileira e o título da FAB de Piloto Honoris Causa; recebeu a condecoração Condor dos Andes em 1952, em La Paz, quando pilotou seu avião “Brasil” indo sozinha para La Paz, a 4.071m de altura. Recebeu, também, a condecoração das Asas da Força Aérea Boliviana e dirigiu por alguns tempo o Museu da Aeronáutica de São Paulo no Ibirapuera na Oca.

Ela tem um espaço dedicado a ela no Museu da TAM, na cidade de São Carlos, com várias homenagens a ela e um de seus aviões.

Homenagem a Ada no museu da TAM

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