Conheça um Paulistano #2: Orlando Pedroso, o Ilustrador

Por Yasmin Gomes

Em 14 de fevereiro de 1959, nascia no Hospital das Clínicas, na zona oeste de Sampa, o ilustrador Orlando Pedroso. Ainda criança descobriu sua paixão por desenho e, depois de se formar no ensino médio, cursou Artes Plásticas. Por quase 30 anos foi colaborador do jornal Folha de S. Paulo e continua levando reflexões bem-humoradas e irônicas por onde seus traços e cores ficam expressos.

Em qual bairro você nasceu e cresceu?

Meus pais moravam no centro, na Rua Rego Freitas. Depois fomos para a Rua da Consolação, perto da Av. Paulista. A casa ainda existe e é um restaurante. Quando eu tinha 4 anos meus pais compraram um pequeno sobrado na Rua Artur de Azevedo, em Pinheiros. Foi lá onde passei minha infância e adolescência.

Como era Pinheiros quando você era criança?

Era um bairro essencialmente residencial com sobrados de classe “média-média”. Havia pequenos empórios e as compras eram feitas usando a marcação numa caderneta.

Em um determinado do dia do mês, o “Seu” Manoel vinha em casa fazer as contas e acertar. Tinha ruas sem saída onde podíamos jogar bola e andar de bicicleta.

Onde você gostava de ir naquela época?

Não havia tantas opções. Era assistir sessão Zas-Trás* na TV em preto e branco, brincar na rua e ir à escola. Quando minha avó vinha para São Paulo eu ia com ela ver o comércio ou os enfeites de natal na Rua Theodoro Sampaio que tinha lojas só da Rua Fradique Coutinho para baixo. A parte de cima era só casa.

*Zás Trás foi um programa infantil de auditório da década de 60 que era exibido no fim da tarde na TV Paulista, atual TV Globo. Dirigido por Renan Alves e apresentado por Márcia Cardeal, a Tia Márcia (ao centro da foto)
*Zás Trás foi um programa infantil de auditório da década de 60 que era exibido no fim da tarde na TV Paulista, atual TV Globo. Dirigido por Renan Alves e apresentado por Márcia Cardeal, a Tia Márcia (ao centro da foto)

E onde você mora atualmente?

Vivo num triângulo chamado “Campos da Escolástica” que fica entre a Av. Pompéia, a Av. Prof. Alfonso Bovero e a Av. Heitor Penteado. Para encurtar a explicação, as pessoas dizem que é Sumaré. Mas eu sou tradicionalista. (risos)

O que você mais gosta nos “Campos da Escolástica”?

É perto de tudo e ainda (não por muito tempo) mantém um “quezinho” de interior. Minha rua tem dois quarteirões e o barulho é de alguns cachorros, maritacas, bem-te-vis e da Dona Edite – que só sabe falar gritando. Em dois minutos eu estou no metrô, chego à Marginal, chego ao centro… só precisa ter disposição porque é só ladeira!

E o que menos gosta?

A especulação imobiliária que vem construindo prédios atrás de prédios. De minha varanda, eu via o Pico do Jaraguá. Hoje, vejo só um pedacinho. Pela manhã as ruas tiveram um aumento considerável de carros. Mas esses não são problemas desse bairro, são problemas da cidade de São Paulo inteira.

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Existe algum lugar na cidade de São Paulo que você considera muito especial?

O centro. Adoro quando tenho visitantes de fora e vou mostrar a região central, me comporto como um turista dentro de minha própria cidade porque pouco vou para lá.

Pode dar dicas? Quais os lugares na cidade que todo paulistano precisa conhecer?

Adoro o Pátio do Colégio porque é bonito e está perto do Centro Cultural Caixa e do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil).

Gosto de andar pela Av. Paulista e ainda gosto de ir ao Parque da Água Branca andar de manhã. O parque ainda é perto do Palestra (o Palmeiras) que é o meu time…

O que mais te deixa feliz na cidade?

Saber que ela é um mundo, mas que no final de semana estou no sítio.

Então, muitas coisas precisam melhorar na cidade. O que precisa mudar com urgência?

Nossa, aí é duro! Eu já adorei São Paulo. Andar pela madrugada, esperar busão até eles começarem a circular, o projeto 6 e meia*, andar na banguela de bike… hoje, pra eu sair de casa preciso movimentar todas as minhas células que insistem em ficar em repouso! O que eu gostaria mesmo é que fosse mais fácil chegar aos lugares!

* o Projeto 6 e meia reunia músicos de diferentes vertentes em apresentações no Sesc Consolação que aconteciam às 18h30

Com qual frase você define a cidade de São Paulo?

“Decifra-me ou te devoro.”

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Que tal ir conhecer os lugares que Orlando Pedroso curte e aprova?

 

Centro Cultural Caixa http://www.caixacultural.com.br/SitePages/unidade-home.aspx?uid=9)

Praça da Sé, 111, Centro

Tel.: (11) 3321-4400

Confira a programação no site!

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)(http://culturabancodobrasil.com.br/portal/sao-paulo)

Rua Álvares Penteado, 112, Centro

Tel.: (11) 3113-3651

E-mail: ccbbsp@bb.com.br

Funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 21h.

Pateo do Collegio (http://www.pateodocollegio.com.br/)

Pç. Pateo do Collegio, nº 2, Centro
Tel.: (11) 3105-6899

Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 17h.

Pico do Jaraguá (http://www.ambiente.sp.gov.br/parque-estadual-do-jaragua/)

Rua Antônio Cardoso Nogueira, 539, Vila Chica Luiza

Tel.: (11) 3943-5222 / (11) 3941-2162

Funcionamento: Todos os dias com inicio das atividades de visitação pública às 7h00 e encerramento às 17h00. No horário de verão o funcionamento é estendido até às 18h00. Trilhas possuem acesso permitido até as 16h00, e no horário de verão às 17h00.

 

Parque da Água Branca (http://parqueaguabranca.sp.gov.br/)

Avenida Francisco Matarazzo, 455, Barra Funda
Tel.: (11) 3803-4200
Funcionamento
: de segunda a segunda, das 6 às 22h

Atendimento ao público: de segunda a sexta, das 8 às 17h

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