O primeiro autocine de São Paulo: a história do Snob’s

Os passeios e filmes vistos na década de 70 e 80 têm um gosto diferente, especialmente pela possibilidade de ver boas produções de dentro de seus carros. Estamos falando de uma tradição que se fez presente em parte da pandemia (quando era possível sair de casa): os cinemas drive-in’s que apareceram, timidamente, por São Paulo.

A tradição dessa modalidade de cinema vem do fim dos anos 60, mais especificamente de 19 de setembro de 1968, com a inauguração do Snob’s Auto Cine, que ficava na Avenida Santo Maro, número 5462, Zona Sul de São Paulo.

Segundo o portal Salas de Cinema de SP, esse empreendimento pertencia a Eduardo Ribeiro Celidônio, Adilson Brunharo e Layrton Zuppo Machado. Vale dizer que o primeiro deles, Eduardo, era um ex-piloto de automobilismo e considerado o idealizador do “cinema a céu aberto” ou, como gostava de chamar, autocine.

Reclame do Estadão com o destaque para a inauguração do Snobs

A capacidade desse cinema era de incríveis 250 veículos, que paravam ao lado dos alto-falantes, que pareciam cogumelos, onde era possível chamar um garçom. Além disso, existiam alto-falantes com controle de volume, que podiam ser colocados dentro do carro. Outra característica interessante do Snob’s era a de que os carros ficavam inclinados, ou seja, as rodas traseiras ficavam um pouco abaixo das dianteiras, para dar mais conforto aos espectadores.

Havia também um mecânico de plantão para pequenos consertos e o cinema oferecia um líquido especial para não embaçar os vidros. Apesar de drive-in, o Snob’s também recebia espectadores que vinham a pé. O empreendimento foi fechado em 1990.

Vale uma pequena curiosidade aqui sobre os autocines. Segundo o excelente blog Curiocidade, do Estadão, o Chaparral fechou por um motivo, no mínimo, “esquisito”. O Chaparral ficava na Avenida Condessa Elizabeth Robiano, no bairro da Penha e começou suas atividades em 1971. Ele pertencia às famílias Ciongoli e Basile. O empreendimento chegou a ter 13 donos, sendo seis da família Basile e sete da Ciongoli.

A grande curiosidade fica por conta da entrevista de Nesio Carlos Costato Basile que, em entrevista para o blog supracitado, disse o seguinte:

As pessoas iam para namorar, mas meu irmão (Nuncio, um dos fundadores) colocava um lanterninha que batia no vidro”. Ele não deixava namorar dentro do Chaparral, era para assistir ao filme. Então começou a perder a freguesia e fechou”, afirma.

O Chaparral funcionou por apenas três anos, até 1974.

Você lembra de algum outro autocine? Teve algum grande filme que viu nesses empreendimentos?

Referências: http://salasdecinemadesp2.blogspot.com/2014/12/snobs-auto-cine-sao-paulo-sp.html

https://cultura.estadao.com.br/blogs/curiocidade/chaparral-moon-snobs-a-historia-dos-autocines-de-sao-paulo/