O voo do Zeppelin em SP no ano de 1933

A passagem do Graf Zeppelin sobre São Paulo gerou muita curiosidade, mistério e deslumbramento por parte da população. E isso aconteceu em dois momentos que merecem destaque. O primeiro deles, em 12 de maio de 1933, gerou uma das fotos mais icônicas da nossa cidade, quando o dirigível passa perto do nosso Martinelli.

A matéria, em si, fala pouco sobre a excursão do dirigível por SP, focando mais em algumas especificidades técnicas.

A mais curiosa, para não deixar passar batido, fica por conta dessa aqui: “Detalhe curioso: No actual “Zeppelin” não se fuma. Viajam, por isso mesmo, os passageiros com a privação do cigarro – o que representa para muitos, um verdadeiro supplicio. No futuro, não haverá semelhante inconveniência, porque medidas de ordem technica foram tomadas para que se instale um “fumoir” devidamente protegido contra as imprudências dos fumantes, que se tornam perigosas, sobretudo, quando a aeronave atravessa a zona tropical, devida á perda de gaz que se verifica, apezar de todos os dipositivos adoptados para evita-la”.

Zeppelin sobrevoando o Martinelli em 1933

O segundo registro fica por conta de uma matéria, feita pelo Correio Paulistano do dia 15 de maio de 1933, onde aconteceu o “Majestoso Vôo do “Graf Zeppelin sobre a cidade de São Paulo”. A linha fina do jornal ainda falava sobre “por que a grande aeronave allemã vôou baixo sobre o bairro do Braz – teria havido qualquer accidente a bordo?”. O relato histórico abordava ainda as “evoluções” do dirigível sobre a “Pauliceia”, que gerou admiração, curiosidade e medo na população, afinal, ele dera um voo inesperado sobre a região do Brás.

A grande sacada dessa passagem fica pela questão do Zeppelin ter voado muito baixo sobre o “Braz” que, segundo o jornal, era um verdadeiro formigueiro humano. Em um dos momentos mais críticos, o Zeppelin teria quase tocado o telhado das casas e, ao que tudo indica, parecia que ia cair sobre a cidade.

Entretanto, o Correio Paulistano, na matéria que usei como fonte para esse curioso registro de São Paulo, alega o seguinte: “Não tinha acontecido nada de anormal. Apenas os tripulantes do grande dirigível, como bem o demonstra o “clichê”, que publicamos, quiseram vêr de perto a grande Casa de Moveis “Rio Grandense”, estabelecida á avenida Rangel Pestana, 210 e 212, a casa que, sem dúvida alguma, vende em S. Paulo os moveis mais bem feitos pelos preços mais baratos”. Seria uma propaganda dentro do jornal, no que poderíamos chamar de uma pioneira iniciativa de marketing? Ou será que era esse mesmo o objetivo do gigantesco dirigível?

O Zeppelin sobrevoando o Brás em 1933

O periódico encerra o relato dizendo que, após esse voo de curiosidade do Zeppelin, ele subiu novamente e foi em direção ao Rio de Janeiro, seu destino final.

Referências: http://memoria.bn.br/docreader/720216/1608

http://memoria.bn.br/docreader/720216/1585

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