O defensor da causa operária: a história de Afonso Celso Garcia da Luz

Uma das avenidas mais importantes da Mooca, a popular Celso Garcia, carrega uma bonita história de luta operária na história de São Paulo. Sua denominação homenageia a Afonso Celso Garcia da Luz, nascido em 1869, e que nada tem a ver com a rua Afonso Celso, que fica na Vila Mariana.

Formado em direito, pela USP, em 1895, Celso Garcia também foi jornalista e um defensor das causas dos mais pobres. Como jornalista trabalhou em importantes redações, como: “Gazeta do Povo”, “A Platéa”, “Diário da Tarde”, “A Nação”, “O Tempo”, “O Estado de S.Paulo” e “Correio de S.Paulo”.

Sua incansável luta pelos mais necessitados acabaram levando-o à política, onde foi eleito vereador e atuou durante a 5ª legislatura da Câmara Municipal de São Paulo, no período de 7 de janeiro de 1905 a 15 de janeiro de 1908, sendo reeleito para a 6ª legislatura, com 490 votos, para o período de 15 de janeiro de 1908 a 15 de janeiro de 1911.

Sua principal atuação política fica por conta da participação da Comissão de Higiene e Saúde Pública, de 7 de janeiro de 1906 a 15 de janeiro de 1908, além de membro da Comissão de Justiça e Polícia, de 15 de janeiro de 1908 a 30 de maio de 1908.

Entre seus principais trabalhos, vale destacar a criação dos chamados “bondes para os operários” e da preocupação com as pessoas que viviam às margens dos rios da cidade, tendo em vista que tudo perdiam com as enchentes (parece uma preocupação familiar?).

O político faleceu em 30 de maio de 1908, aos 39 anos de idade, não cumprindo o mandato de sua reeleição. A atual avenida Celso Garcia foi instituída pela Lei 1.086 de 15 de junho de 1908, quinze dias após sua morte. O lugar já foi chamado de Estrada da Penha, Caminho do José Brás e Avenida da Intendência, sendo após av. Celso Garcia em homenagem ao seu trabalho.

O Monumento

Além da avenida que leva seu nome, Garcia ainda possui um monumento físico, feito em bronze, e confeccionado por Lorenzo Petrucci. Segundo o site da São Paulo Antiga, o Monumento a Celso Garcia foi inaugurado em 1911 no Largo dos Guaianazes, atual Praça Princesa Isabel. Contudo, em 1912 o movimento foi deslocado para a Praça Major Guilherme Rudge, na avenida que leva seu nome.

A estátua é composta por um pedestal que sustenta a figura de Garcia, além de um disco e os dizeres “Homenagem de Amigos e Sociedades Operárias” com letras afixadas individualmente.

Referências: https://dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br

http://www.jorbras.com.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=2028&Itemid=2